Tipos de Discurso na Narrativa
Discurso
direto: o
narrador apresenta a própria personagem falando diretamente, permitindo ao
autor mostrar o que acontece em lugar de simplesmente contar.
Lavador de carros, Juarez de
Castro, 28 anos, ficou desolado, apontando para os entulhos: “Alá minha
frigideira, alá meu escorredor de arroz. Minha lata de pegar água era aquela.
Ali meu outro tênis.”
Discurso indireto: o narrador interfere na fala da personagem.
Ele conta aos leitores o que a personagem disse, mas conta em 3ª pessoa. As
palavras da personagem não são reproduzidas, mas traduzidas na linguagem do
narrador.
Dario vinha apressado, o
guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo
até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela, de
costas, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou no chão o
cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque.
Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque.
Dalton
Trevisan. Cemitério de elefantes. Rio de Janeiro,
Civilização Brasileira, 1964.
Civilização Brasileira, 1964.
Discurso indireto livre: é uma combinação dos dois anteriores, confundindo as intervenções do narrador com as dos personagens. É uma forma de narrar econômica e dinâmica, pois permite mostrar e contar os fatos a um só tempo.
Enlameado até a cintura, Tiãozinho
cresce de ódio. Se pudesse matar o carreiro... Deixa eu crescer!... Deixa eu
ficar grande!... Hei de dar conta deste danisco... Se uma cobra picasse seu
Soronho... Tem tanta cascavel nos pastos... Tanta urutu, perto de casa... se
uma onça comesse o carreiro, de noite... Um onção grande, da pintada... Que
raiva!...
Mas os bois estão caminhando diferente. Começaram a prestar atenção, escutando a conversa de boi Brilhante.
Mas os bois estão caminhando diferente. Começaram a prestar atenção, escutando a conversa de boi Brilhante.
Guimarães
Rosa. Sagarana. Rio de Janeiro,
José Olympio, 1976.
Por Marina Cabral José Olympio, 1976.
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